segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Sobre a carência da moda nacional

Depois de 7 anos da primeira vez que pisei na faculdade, 5 anos de experiência na área, e 2 anos e meio atuando na área de comunicação de moda, criei vergonha na cara e resolvi fazer uns cursos. Fazer, aprender na prática sempre foi mais meu estilo, mas chega um ponto da vida que o que você faz não te satisfaz mais e você precisa de novas perspectivas. No meu caso, mais teoria.

Procurei por muito tempo cursos em Fortaleza, nunca obtendo resultado satisfatório. Uma grande universidade particular da cidade oferta uma especialização em Moda e Comunicação, muito mal falada, por sinal. Até então, tudo bem. Resolvi procurar fora. Primeiro lugar que se pensa? São Paulo.

A capital comercial e econômica do Brasil. A cidade onde tudo acontece, onde todos se encontram (e é literalmente isso). Vim fazer quatro cursos na Escola São Paulo, sonho acadêmico que me perseguiu por alguns anos, não podia ver o site, as redes sociais da Escola que já passava mal. Só conseguia pensar: Caralho! Quanto curso massa!


E acho que não fui a única a ter esses pensamentos. Ao chegar na primeira aula do curso de Jornalismo de Moda, com a querida Editora-Chefe do Portal FFW (a qual me identifiquei muito em relação à versatilidade e história de vida) Camila Yahn, constatei a triste realidade sobre a carência da moda nacional. Numa sala de quase 40 alunos, apenas 1, EU DISSE UM, que na verdade era uma menina, era da capital paulista. Fortaleza, Recife, Natal, Maceió, Brasília, Goiânia, Londrina, diversos interirores paulistanos, Porto Alegre, Manaus! A sala tinha gente de todo canto.


O meu choque foi tanto que eu só conseguia pensar: Puta que pariu! Que mercado fodido. Desculpem as palavras, mas é bem isso. O cenário nacional de Comunicação de Moda está tão bichado de um jeito que a gente precisa gastar tempo, dinheiro e dispor de muita força de vontade para sair do próprio Estado e ir para uma terra de ninguém conseguir um pouco que seja de informação, de conteúdo, de inspiração.


A parte boa? Saber que você não é a única paranoica que deseja sair da sua cidade por falta de estrutura cultural e acadêmica no âmbito da moda. A parte ruim? Se envergonhar que a realidade seja tão cruel a esse ponto.

No mais vale a experiência, vale a vontade de viver um sonho. Vale viver o que eu tô começando a viver.