sábado, 29 de março de 2014

Sobre um amor: música.

Longe de ser uma estudiosa, tenho uma paixão arrebatadora por música. Na verdade, melodias e arranjos me fascinam. Herança, dada ao longo de toda a minha vida, pelo meu pai, sou uma boba-chorona-apaixonada pela arte musical. Não conheço de nada muito, mas de muito, um pouco. Quem já perdeu um pouco de tempo conversando comigo sabe dos pontos que me encantam. Sons graves, percussão, e versões acústicas são, em resumo, o que me fazem pirar ouvindo uma música. Junte isso com uma boa letra e/ou melodia e voilá, você tem todo o meu amor (facinho, facinho!).

Eu, meu pai e meu irmão temos uma "boa-péssima" mania de analisar músicas. Tudo começou em 2000 e alguma coisa, na época em que o Raul Gil tinha o melhor programa de calouros que a gente já viu na vida. Sentávamos os três, na companhia também da mamãe, em frente à TV e "perdíamos" todas as tardes de sábado. Os anos foram passando e surgiram X-Factor, FAMA, The Voice, e o santo Youtube. A mania seguiu junto pelo decorrer dos anos. Descobrimos pessoas e versões de músicas que podem substituir, sem apego nenhum, 80% dos "cantores" e "bandas" atuais que os brasileiros ouvem. Ah, quanta coisa boa a gente já ouviu!

Nessa história, de ouvir tanto, a gente acaba descobrindo o que gosta e o que nem tanto. Voz, pra mim, só funciona se "encher", ouvir alguém cantando e parecer que "tá faltando" é uma das piores coisas que me ocorrem na vida. Uma boa voz? Aquela que arrepia nos primeiros acordes. Sou APAIXONADA por versões acústicas, tanto quanto AMO percussão. Antagônico, não? Típico da minha personalidade. Brinco dizendo que não sei fazer música, mas sei dizer o que funciona e o que não funciona DI-REI-TI-NHO. Meu pai vive falando que eu seria uma boa produtora, porém, meus artistas teriam sempre a mesma assinatura. Na verdade três. 
  • Ou as músicas começariam com voz e uma percussão pesada, digna de tambores de terreiro de macumba, e os outros instrumentos entrariam depois;
  • Ou começariam com arranjo simples, guitarra, baixo, bateria, e depois explodiria um solo de sax;
  • Ou eu faria EXATAMENTE, TAL QUAL, essa versão que acabei de descobrir, da música Ordinary Love, do U2.



Na verdade ainda estou um pouco nervosa, e ouvindo em looping eterno, essa que acaba de entrar pro ranking das melhores versões da minha vida. E não é me gabando (longe disso!), mas eu conheço música pra caralho, de vários ritmos, de muitas décadas. E essa é a personificação do que eu considero uma apresentação PERFEITA. Quando comecei a assistir o vídeo eu fiquei em choque, devido à qualidade inerente ao Bono (lógico!) e seus músicos. O dueto voz e violão é uma das coisas que requer mais talento e que me fascina ao nível: entrar em órbita ao redor da Terra! Fora isso, tive a grata surpresa da banda entrar do meio pro final da música num improviso, com a licença da palavra, filho da puta de lindo. Ah! :~~



Pra fechar o bonde, e me fazer cair em lágrimas, a música é linda e foi feita em homenagem a ninguém menos que o eterno Mandela! Me identifiquei com a letra, com o arranjo, com a apresentação. 
TE AMO, BONO, CASA COMIGO!

domingo, 23 de março de 2014

Sobre padrões de paixões e sagitarianos

O álcool sempre teve dois efeitos instantâneos sobre o meu corpo. Calor e vontade de fazer xixi. Não posso ingerir uma gota que já sinto a temperatura subir (encaro como um treinamento pra quando chegar a menopausa), pouco tempo depois não possuo mais controle sobre a minha bexiga.

E foi numa ida ao banheiro, na verdade numa saída, que tive uma das experiências mais loucas da vida. Dar de cara com a ex, que nem sabe da minha existência, de um "ex". Stalkear o facebook alheio tem lá suas vantagens, mas o que não pensei que aconteceria numa situação dessas (na verdade eu nunca pensei que uma situação dessas aconteceria comigo!) era me identificar tanto com a garota.

Não, eu não puxei papo, mas tenho certeza que, se notou a minha presença, ela deve ter pensado que eu a estava paquerando, porque eu simplesmente não conseguia parar de olhar pra ela. Altura parecida, jeito parecido, corpo parecido, amante da boa e velha cerveja, de um bom batom vermelho, entrosada, de uma risada fácil e gostosa. Tenho quase certeza que se parássemos pra conversar 5 minutos eu me enxergaria falando e gesticulando. 

Inevitável, com uma experiência maluca dessa, não pensar no porque as pessoas se atraem umas pelas outras. Pelo que a gente se apaixona? Pela conversa fácil? Pelos interesses em comum? Pelo modo como a pessoa faz a gente se sentir? Pela combinação astrológica, que o Cosmos facilita, entre os signos? Pelo santo que bate?



Ou seria pelo jeito de falar que te lembra alguém que passou pela sua vida? O sorriso que parece um padrão se repetindo com cada pessoa que você realmente se interessa? O olhar doce que entra decodificando todos os seus pensamentos? Ou seria a história que se repete, muitas vezes tal e qual, sempre que você encontra alguém que te tira do rumo?

Eu nunca fui do tipo "me apaixono em cada esquina" - a não ser quando estou em São Paulo - Fortaleza sempre foi um terreno difícil pros meus interesses amorosos. Me perdoem os amigos cearenses, mas um homem interessante de verdade é muito difícil por essas bandas de cá. Mas uma coisa é certa, duas coisas me atraem inconscientemente: "não-cearenses" e sagitarianos. Os não-cearenses tem uma constância maior, mas os sagitarianos dividem o podium da minha vida. Em 2006 eu perguntava se o boy era solteiro, em 2010 se era gay, hoje pergunto se é sagitariano. Se for, tchau e bença. É certeza de destroço. Deve ser o meu padrão.

terça-feira, 18 de março de 2014

Sobre carnaval, morrer cedo e a casa na Toscana!

Um dia, no carnaval, um amigo de uma amiga pegou minha mão pra ler. Em meio ao álcool, brincadeiras e chapação, com uma delicadeza e firmeza que me fizeram ter a certeza de que não era a primeira (nem a segunda) vez que realizava o feito, ele disse:
- Você vai morrer cedo.
Eu, assustada e mais pra Bagdá do que pra Olinda, retruquei:
- Mas como assim, moço?
Ele reafirmou:
- Por volta dos 50 anos.
Talvez ele tenha falado 53 anos, mas agora não ouso afirmar. Recolhi minha mão, sorrimos um para o outro e voltamos cada um pra sua patota. O carnaval é bom demais pra se levar uma coisa dessas à sério.



Verdade seja dita, nunca fui supersticiosa, mas sempre acreditei no poder do invisível. Invisível aos nossos olhos mortais e calejados de tanta "humanidade". Mas eu não vou falar de crença aqui, outro dia quem sabe (?)... O fato é que me peguei pensativa sobre morrer cedo. 50, talvez 53 anos. Eu já tenho 24... significa que já foi metade da vida. Pensamentos me assolaram e assombraram, e o que eu fiz da vida? Lembrei da infância, ah! tempo bom e abastado que nunca vai voltar. Não pude deixar de recordar da adolescência, tempo de descobertas, boas amizades e algumas poucas e comedidas loucuras. Talvez nem deva taxá-las como loucuras... sempre fui careta demais para "loucuras". Amigos, festas, garotos, viagens, cervejas! Quanto já vivido. Quanto ainda por viver! 50 anos! O que são 50 anos pra quem quer abraçar o mundo com as pernas? Pra quem quer viver em tantos lugares?? Impossível também deixar de lado o meu novo projeto de vida, na verdade, o meu primeiro projeto "projetado" de vida: comprar uma casa na Toscana!

Nunca fui o tipo de pessoa que tem metas, objetivos, planos (talvez por isso seja o que sou hoje. Nada de grandes coisas!), mas pela primeira vez em 24 anos eu tenho um plano de vida, ter uma casa na Itália! A ideia surgiu ao ler um livro, Sob o Sol da Toscana. Já havia assistido o flime, ainda adolescente, mas nunca fui também o tipo de pessoa que tem atriz favorita, filme favorito, lugar favorito, comida favorita, banda favorita. Sempre torci Flamengo e fui apaixonada por Paris. Só! Sou mais o tipo de pessoa que vai fazendo o que quer, vivendo o que vem, sonhando com o que se tem pra sonhar. Mas esse livro... ah! esse livro. Uma narrativa cheia de detalhes íntimos e apaixonantes sobre cores, cheiros, sensações e sabores da Toscana. Hoje entendendo porque o Cosmos me fez demorar tanto para lê-lo, ele sabia o impacto que teria. Quase 4 meses se passaram desde que o comprei e criei coragem para tirá-lo da escrivaninha. 

À princípio era um plano a médio e longo prazo, muito provavelmente para quando me aposentasse, já tivesse netos (será que eu vou ter pelo menos filhos?!) e rumasse para a Itália com os que do mesmo desejo compartilhassem. Viver de boa comida, bons vinhos e amor (Será que é pedir demais? Oi, Deus?)! Daí lembrei: 50 anos! Juntei LÁ com CRÉ, que não dá em nada mas foi o único ditado que lembrei agora, e resolvi colocar um pouco mais de astúcia na vida, deixar de ser a que não planeja e nem sabe o que quer da vida e correr atrás. Por enquanto o plano é: juntar dinheiro pra casa na Toscana, ou em qualquer litoral bonito cheio de cores, cheiros e amor da Itália. Amanhã compro um porquinho. Depois, a vida que nunca pensei (e nem vou??) ter.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Sobre a carência da moda nacional

Depois de 7 anos da primeira vez que pisei na faculdade, 5 anos de experiência na área, e 2 anos e meio atuando na área de comunicação de moda, criei vergonha na cara e resolvi fazer uns cursos. Fazer, aprender na prática sempre foi mais meu estilo, mas chega um ponto da vida que o que você faz não te satisfaz mais e você precisa de novas perspectivas. No meu caso, mais teoria.

Procurei por muito tempo cursos em Fortaleza, nunca obtendo resultado satisfatório. Uma grande universidade particular da cidade oferta uma especialização em Moda e Comunicação, muito mal falada, por sinal. Até então, tudo bem. Resolvi procurar fora. Primeiro lugar que se pensa? São Paulo.

A capital comercial e econômica do Brasil. A cidade onde tudo acontece, onde todos se encontram (e é literalmente isso). Vim fazer quatro cursos na Escola São Paulo, sonho acadêmico que me perseguiu por alguns anos, não podia ver o site, as redes sociais da Escola que já passava mal. Só conseguia pensar: Caralho! Quanto curso massa!


E acho que não fui a única a ter esses pensamentos. Ao chegar na primeira aula do curso de Jornalismo de Moda, com a querida Editora-Chefe do Portal FFW (a qual me identifiquei muito em relação à versatilidade e história de vida) Camila Yahn, constatei a triste realidade sobre a carência da moda nacional. Numa sala de quase 40 alunos, apenas 1, EU DISSE UM, que na verdade era uma menina, era da capital paulista. Fortaleza, Recife, Natal, Maceió, Brasília, Goiânia, Londrina, diversos interirores paulistanos, Porto Alegre, Manaus! A sala tinha gente de todo canto.


O meu choque foi tanto que eu só conseguia pensar: Puta que pariu! Que mercado fodido. Desculpem as palavras, mas é bem isso. O cenário nacional de Comunicação de Moda está tão bichado de um jeito que a gente precisa gastar tempo, dinheiro e dispor de muita força de vontade para sair do próprio Estado e ir para uma terra de ninguém conseguir um pouco que seja de informação, de conteúdo, de inspiração.


A parte boa? Saber que você não é a única paranoica que deseja sair da sua cidade por falta de estrutura cultural e acadêmica no âmbito da moda. A parte ruim? Se envergonhar que a realidade seja tão cruel a esse ponto.

No mais vale a experiência, vale a vontade de viver um sonho. Vale viver o que eu tô começando a viver.